Ano de Copa do Mundo de futebol. As cidades brasileiras começam a se enfeitar para a grande festa, as cores da bandeira invadem o ambiente, os meios de comunicação destacam o assunto, grandes empresas pagam milhões aos astros brasileiros para que encabecem suas campanhas publicitárias. Tudo isso camufla a triste situação de corrupção e desigualdade social presentes em qualquer parte do país.
Toda a nação sente-se vitoriosa graças às conquistas internacionais do futebol. O Brasil torna-se assunto de qualquer jornal ou revista de qualquer parte do mundo. Poucos se lembram de que o Brasil também é notícia quando se fala de violência urbana e policial. Nem todos comentam que este é o país das desigualdades, é o país que esquece de suas crianças, que não exige respeito à seus cidadãos que vivem em outras partes do mundo, que não oferece educação e saúde de qualidade ao seu povo, embora lhes cobre elevados impostos.
O povo quer mais do que comemorar apenas as vitórias nas Copas do Mundo ou a goleada em cima da Argentina na Copa das Confederações. A população precisa comemorar conquistas sociais e voltar a ter esperanças, depois de decepcionar-se com sucessivos governos que não resolveram esses problemas seculares e continuaram a aumentar a fatia da parte mais rica em relação a mais pobre. Nestes momentos nos perguntamos: Há, realmente, o que se comemorar?
