sexta-feira, 9 de março de 2012

CPTM - Linha 9 Esmeralda




Insatisfeito com os constantes problemas na linha 9 da CPTM, resolvi escrever-lhes um e-mail em 06/02/2012. Segue o e-mail na íntegra:

"A linha 9 da CPTM já foi considerada a menina dos olhos da empresa por ter trens mais novos e modernos do que os das outras linhas. Eu a uso há anos e tenho a certeza de que já foi melhor do que é hoje. 

Nesta manhã, a linha está apresentando problemas. Estão anunciando avaria em algum trem. Entendo que ocorram falhas uma vez ou outra, no entanto, hoje é o quarto dia útil seguido em que a linha apresenta problemas. Na última semana enfrentei os mesmos problemas no retorno para a casa. Em um dia dizem que é problema no sistema de energia, em outro avaria no trem. Um verdadeiro absurdo. 

Se há avaria ou problema no sistema de energia, alguém precisa ser responsabilizado. Ou há problemas na manutenção dos trens ou é problema da concessionária de energia, não sei, mas alguém tem culpa. Tantos dias seguido de problemas evidenciam que falta manutenção, competência e respeito a quem paga por este serviço, que aliás é caro em comparação ao cobrado em cidades de renda equivalente à de São Paulo. 

A demora para chegar de trem a algum terminal de ônibus ocasiona a perda da integração no bilhete único, ou seja, o cidadão precisa pagar por mais uma condução. Pior se o problema ocorrer pela manhã. O trabalhador chega atrasado ao trabalho e recebe descontos na sua folha de pagamento. E se o trabalhador estiver em período de experiência? Pode até perder o emprego. E quem paga por tamanha incompetência? O trabalhador, é claro. Ninguém vai se responsabilizar. 

Enquanto isso, a única preocupação do governo do estado é fazer propagando exaltando os investimentos na linha férrea paulista, esquecendo, no entanto, de informar ao cidadão que tais obras estão, pelo menos, 20 anos atrasadas. 

O intervalos entre os trens da linha 9 também já foi menor. Há dias em que espero o trem por 15 minutos no retorno para a casa, em pleno horário de pico. E o pior, o trem ainda vai em velocidade reduzida enquanto o maquinista informa que está aguardando movimentação do trem a frente. Se com tamanho intervalos, o trem a frente não consegue abrir vantagem, seria melhor voltarmos a andar em carroças. 

Esta é minha indignação com os péssimos serviços que estão sendo prestados pela CPTM, empresa do governo do estado de São Paulo, o mais rico do país".

Eis a resposta da CPTM em 07/02/2012:

“A CPTM esclarece que herdou sistemas antigos, os quais estão recebendo altos investimentos para sua modernização. Somente neste ano, serão mais R$ 1 bilhão para obras de infraestrutura (sinalização, telecomunicações, energia, rede aérea, via permanente e construção de passarelas), além da modernização das estações mais antigas e da frota de trens. 

Na Linha 9-Esmeralda, os investimentos previstos somam R$ 72 milhões. A rede aérea de energia e os sistemas de alimentação elétrica dos trens estão sendo trocados, bem como serão construídas novas subestações de energia em todas as linhas. O edital para contratação de projeto executivo, fabricação, fornecimento e instalação de novas subestações para as seis linhas foi publicado no Diário Oficial, no último dia 31. A Linha 9-Esmeralda terá duas novas subestações (Socorro e Cidade Jardim), receberá novas linhas de distribuição, cabines de seccionamento e paralelismo, transformadores, além da substituição de disjuntores, carregadores de baterias, entre outros itens do sistema de energia. Paralelo a esses investimentos para a modernização dos sistemas, a CPTM trabalha para encontrar soluções rápidas que reduzam ao mínimo as ocorrências que interfiram na operação dos trens, decorrentes, muitas vezes, da fase de transição entre a substituição de antigos sistemas por novos e, em alguns casos, da operação temporária com dois sistemas diferentes até que toda a modernização seja concluída. Cabe esclarecer que executar obras sem deixar de atender aos usuários constitui um grande desafio para a CPTM e exige uma série de medidas como promover intervenções nos horários de menor movimentação de passageiros, aos finais de semana, feriados e de madrugada, o que prolonga o tempo de implementação das obras. Enquanto a modernização de toda a empresa não é concluída, a CPTM se esforça para atender aos 2,7 milhões de usuários que utilizam os trens diariamente da melhor forma possível. Lamentamos pelos transtornos e permanecemos à disposição".

Analisemos a resposta:

“A CPTM esclarece que herdou sistemas antigos"Tem razão, porém cabe esclarecer que a CPTM foi criada em 1992. Vinte (20) anos não foram suficientes para a modernização dos sistemas antigos herdados?

"...a CPTM trabalha para encontrar soluções rápidas que reduzam ao mínimo as ocorrências que interfiram na operação dos trens, decorrentes, muitas vezes, da fase de transição entre a substituição de antigos sistemas por novos..."Soluções rápidas? Para quem? Eu não vejo as rápidas soluções nem redução mínima das ocorrências.Investimentos são desculpas para os problemas?

Resposta bem elaborada, mas pouco esclarecedora. Sempre há desculpas para tudo. 

Depois desta reclamação, que também enviei a rádios, jornais e TVs, o serviço funcionou incrivelmente bem por 1 semana, até voltar ao normal. Novamente enviei e-mail em 28/02/2012:

“Depois de várias reclamações e reportagens, a linha 9 da CPTM funcionou bem por algum tempo: diminuíram os intervalos, aumentaram a velocidade dos trens e não houveram problemas expressivos. Cheguei até a elogiar as ações corretivas. 

Talvez a melhora tenha ocorrido somente para mostra a imprensa que a situação não era tão ruim quanto a população denunciava. 

Agora tudo voltou ao normal: problemas no sistema de energia, intervalos maiores, velocidade de carroça, longas paradas nas estações. Voltou a ser um inferno!” 

A resposta: 

“Entendemos sua insatisfação e apesar da circulação da Linha 9 Esmeralda estar enfrentando algumas adversidades que impactam na velocidade e no tempo de percurso, é importante ressaltar que a CPTM está trabalhando para elevar a qualidade dos serviços prestados. Agradecemos o envio de suas novas considerações e permanecemos à disposição”. 

O cidadão brasileiro precisa reclamar, denunciar. Os resultados podem não ser imediatos, mas virão.

SPTRANS e eu - Parte 1 (A saga)



O transporte público em São Paulo nunca foi dos melhores. Eles oferecem um serviço de terceira e cobram por um de primeira.


Nos últimos dias, minha insatisfação aumentou com a uma velocidade que nem mesmo eu poderia imaginar. Deixe-me contar a razão de tantas insatisfações.

Meu Bilhete Único (Vale-Transporte) sempre funcionou normalmente. Neste mês (março/12), o créditos comprados pela empresa não caíram em meu bilhete único. Em contato com a SPTrans pelo telefone 156, não obtive qualquer ajuda.

Primeiro, ao telefone, na sexta-feira (02/03), me informaram não ter acesso ao sistema de créditos no bilhete para me passar qualquer informação e me solicitaram ir a um posto da SPTrans.

Na própria sexta-feira, em meu horário de almoço, fui ao posto da Augusta. Depois de aguardar por 45 minutos numa fila enorme. 

(Permita-me abrir parêntese: “Haviam apenas 2 guichês em funcionamento dos 7 disponíveis. Um para carregar créditos e outro para problemas com o cartão. A lentidão do serviço favorece as filas. Na era da tecnologia, o posto funciona de maneira arcaica, os funcionários usam calculadoras antigas e papel. Fazem todo o cálculo na calculadora e anotam os atendimentos numa planilha manual. Não há um sistema capaz de facilitar e agilizar o atendimento).

Voltando à reclamação principal: Depois de 45 minutos de espera e a insinuação de que talvez a empresa não tenha depositado ou eu já tivesse carregado e gasto os créditos do mês em um só dia, a atendente me informou que não poderia me ajudar e que não tinha acesso ao sistema para solicitações de perda de créditos e eu deveria ir à Central da SPTrans na Rua XV de Novembro. Depois de ter passado todo meu horário de almoço lá, teria que ir à Central. Um verdadeiro absurdo!

Ao sair do posto, tentei novo contato com a SPTrans no 156. Na primeira tentativa, a atendente me deixou esperando por 7 minutos até desligar. Na segunda tentativa, de forma grosseira, a atendente me disse que não havia o que fazer, só voltar ao posto da SPTrans.

Fiz uma reclamação pelo site da SPTrans e recebi a seguinte resposta:


No fim do dia, na volta para a casa, passei no posto do Terminal Grajaú. A informação foi que poderiam me ajudar nos postos da SPTrans, mas tinham que entrar em contato com a Central, por isso, para ser ajudado, teria que voltar á qualquer posto em horário comercial.

Na segunda-feira (05/03), voltei ao Posto da Augusta (o único próximo ao trabalho), no horário de almoço, e desta vez com o comprovante de compra dos créditos por parte da empresa. Nova espera. Desta vez, haviam 3 guichês funcionando, o que não mudou muito a espera. 

O atendente tentou contato com a Central da SPTranspelo rádio, mas ninguém atendeu. Novamente, fui instruído a ir à Central da SPTrans. Novamente já terminou e estourou meu horário de almoço.

A SPTrans desaparece com um crédito que é meu, não tem sistema interligando suas plataformas e eu tenho que usar meu horário de trabalho para ir à Central para tentar solucionar. Esse é o respeito que a prefeitura de São Paulo  dispensa aos seus munícipes.

Depois de tantas reclamações e respostas não conclusivas e meus problemas sem solução, fui à Central da SPTrans na Rua 15 de Novembro, no centro de São Paulo. Mais um dia em que usei meu horário de almoço para resolver um problema causado pela empresa municipal de transportes. E minha insatisfação continuou a crescer.

Ao chegar, percebi que passaria muito tempo ali. Haviam cerca de 40 pessoas aguardando pelo atendimento. Dos 16 guichês, somente 4 estavam em funcionamento, sendo que 1 deles era preferencial. O sistema eletrônico de chamada de senha não funcionava, o que obrigava que uma das funcionárias estivesse lá exclusivamente para chamar as senhas.

Demorou 2 horas e meia para que eu fosse atendido. Imagina esperar 2 horas e meia pelo atendimento. Com tanta gente, não havia sequer um lugar para sentar. 

Quando finalmente fui atendido, ainda tive esperar mais 20 minutos até que fizessem todo o procedimento e me devolvessem o bilhete.

O problemas dos créditos foi solucionado, mas a demora me irritou profundamente. Reclamei da demora no site da SPTrans e a resposta foi absurda:


Ou quem respondeu pouco se importa com o problema apresentado ou tem dificuldade em interpretar textos.

Devido à ineficiência do serviço, que não resolve problemas em qualquer posto da SPTrans, tive que ir ao Posto Central, na Rua 15 de Novembro. Meus créditos haviam desaparecido e somente lá poderia ser solucionado.

Se como na resposta a espera é de 30 minutos, a SPTrans deveria, no mínimo, investigar porque tive que esperar por 2 horas e meia. 

Serviço ineficiente, desrespeitoso, lento, péssimo.