terça-feira, 7 de junho de 2011

Antonio Palocci: A História se Repete

Vale a Pena Ver de Novo?

Antonio Palocci Filho

Quem disse que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar?

Afirmar isso é desconhecer Antonio Palocci. Sua história nos governos do PT parecem aquele programa das tardes globais.


No primeiro mandato do governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva, Antonio Palocci foi apresentado, em 1º de janeiro de 2003, como o Ministro da Fazenda.

Tudo foi bem no início e Palocci passou a ser visto como um dos homens fortes do governo e, até, como possível sucessor de Lula.

Até que denúncias de corrupção do período em que Palocci foi prefeito de Ribeirão Preto vieram à tona.

Palocci foi acusado de chefiar um esquema de corrupção. Através da cobrança de "mesadas" de até 50 mil reais mensais de empresas que prestavam serviços à prefeitura, o ex-ministro da fazenda alimentava os cofres do seu partido, o PT, com dinheiro ilícito.

Em 27 de março de 2006, Palocci foi demitido pelo presidente Lula do cargo de ministro da Fazenda.

Sua situação ficou insustentável a partir da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, testemunha de acusação contra Palocci no caso da casa do lobby, mansão alugada pela chamada "República de Ribeirão Preto" para servir de sede para reuniões de lobistas e encontros com prostitutas, conforme investigações da CPI dos Bingos.

Palocci foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal e correu o risco de perder seus direitos políticos e a possibilidade de candidatura a mandatos futuros. O julgamento no STF ocorreu em agosto de 2009 e Palocci foi inocentado.

Nas eleições de 2010, Palocci reapareceu no mundo da política nacional como o grande articulador da campanha de Dilma Roussef à presidência da República.

Após a vitória seu nome foi divulgado de forma mais veemente pelos petistas e Palocci assumiu o mais importante dos ministérios, a Casa Civil.

Porém, parece que o raio caiu num mesmo lugar.

Visto como o homem forte do governo, a força política de Palocci foi-se diminuindo devido à novas denúncias, agora de enriquecimento ilícito.

A Projeto, empresa aberta por ele em 2006 - quando o ministro afirmou ter patrimônio de R$ 356 mil - comprou, em 2009 e 2010, imóveis em região nobre de São Paulo no valor total de R$ 7,5 milhões e o faturamento da empresa foi de R$ 20 milhões em 2010, quando ele era deputado federal e atuou como principal coordenador da campanha de Dilma à Presidência da República.

O governo, então, iniciou uma ofensiva para evitar que Palocci fosse convocado a depor no Congresso.

Após semanas de silêncio, Palocci concedeu uma entrevista à TV Globo, mas não convenceu em suas explicações, pois suas palavras não respondiam às principais questões do caso.

Se Palocci pudesse explicar como multiplicar tantas vezes o faturamento de uma empresa em tão pouco tempo, aí sim ele enriqueceria mais com suas consultorias. Que empresário não estaria interessado em descobrir “o segredo”?

Dias depois, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu arquivar todas as representações que solicitavam abertura de inquérito para investigar essa multiplicação de patrimônio entre 2006 e 2010.

No dia 7 de junho de 2011 Palocci pediu demissão do cargo que ocupava no governo.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) aceitou o convite do governo e irá substituir Palocci. Em entrevista coletiva em Brasília, Gleisi disse que assumirá o cargo nesta quarta-feira, mas antes deve fazer um pronunciamento no Senado.

O governo Dilma Rousseff enfrenta críticas de aliados e da oposição em relação a articulação política. Gleise não quis comentar como ficará a negociação com o Congresso, que vinha sendo assumida por seu antecessor na Casa Civil, Antonio Palocci, que perdeu força desde que o jornal Folha de São Paulo revelou em maio que ele multiplicou por 20 seu patrimônio.

Basta saber se o governo Dilma recuperará o fôlego e o prestígio com a saída de Palocci.


 
Capa da Folha de São Paulo de 15 de maio de 2010

 
Capa da Folha de 15 de maio que revelou a multiplicação do patrimônio de Palocci entre 2006 e 2010

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