sábado, 19 de janeiro de 2013

Tudo é Normal


Geraldo Alckmin, Governador de São Paulo


Na última quinta feira, 17 de janeiro de 2013, a Rede Nossa São Paulo, divulgou os resultados de uma pesquisa na qual 91% dos paulistanos apontaram a cidade de São Paulo como nada ou pouco segura.

Para quem vive na cidade, os resultados da pesquisa não surpreenderam, o que surpreendeu foi a reação de Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, ao ser questionado sobre a pesquisa. De acordo com o governador, a sensação de insegurança da população é "normal".

Pode parecer estranho que um dos principais responsáveis pela manutenção do Estado mais rico e mais populoso do país, e isso inclui a segurança pública, faça declarações como esta.

No entanto, numa análise mais minuciosa, podemos nos perguntar: O que mais é normal em nossa sociedade?

Ele tem razão, a sensação de insegurança é normal. O paulistano aprendeu a andar com medo pelas ruas em determinados horários (senão em qualquer horário), a prestar atenção a movimentos suspeitos, a não sacar dinheiro em caixas eletrônicos, afinal de contas, cada dia é mais "normal" ouvir de roubos, assassinatos, roubos seguidos de morte. É "normal" ver drogados pelo centro. É "normal" ter um amigo que já foi assaltado. Tudo virou algo tão corriqueiro! 

Mas violência não é o único mal "normal" no Brasil.

Aprendemos a ouvir diariamente notícias sobre desvios de recursos públicos, corrupção. Tudo faz parte do nosso dia a dia, ou seja, é "normal". 

Convivemos com mortes por falta ou pelo péssimo atendimento nos hospitais e centros médicos públicos. Já é algo "normal".

Nossos jovens saindo da escola sem sequer saber ler, é "normal".

Realmente, o Sr. Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, está certo. Violência, corrupção, educação e saúde de péssima qualidade são "normais".

Não temos qualquer perspectiva de melhora, afinal, nossos políticos também acham "normal" e não dão a mínima importância para aqueles que neles votaram confiando na possibilidade de uma melhora, ainda que lenta e gradual. 

Apesar de toda essa "normalidade", não podemos culpar apenas os políticos. A maior responsabilidade referente à situação atual de nossa sociedade recai sobre a família. Este deveria ser o lugar onde os futuros cidadãos aprenderiam a viver numa sociedade mais justa, mais honesta e mais segura.

Porém, também é "normal" os pais machões ensinarem a seus filhos como se comportar numa discussão ou briga. É "normal", dar um pouco da própria bebida aos filhos. É "normal" ficar com o troco que veio a mais na compra do supermercado. É "normal" ouvir o filho dizer um palavrão e sorrir porque uma criança fala "bonito", "meigo".

Nossa sociedade só melhorará quando nossas famílias melhorarem. Somente alicerçando as famílias, teremos uma sociedade mais justa, uma cidade mais segura e, inclusive, políticos honestos e com real preocupação social. Enquanto isso, teremos que viver com a "normalidade" indiferente de Alckmin e outros que deveriam estar preocupados com os resultados da pesquisa e planejando meios de mudá-la.



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